Simpósios Temáticos



ST-01: HISTÓRIA, TEATRO, MÚSICA E ESTÉTICA.

Prof. Dr. Francisco de Assis de Sousa Nascimento (UFPI)
Prof. Me. Ronyere Ferreira (UFPI)
Profa. Ma. Vanessa Soares Negreiros Farias (UESPI/UFPI)

No decorrer das últimas décadas do século XX, as mudanças na historiografia brasileira possibilitaram a emergência de novas temáticas e perspectivas de análise. As artes, como o teatro, o cinema, a literatura e a música, até então objetos atinentes especialmente a seus respectivos críticos, passaram a compor os interesses de historiadores, que atualmente estabeleceram um consolidado campo de estudo. O presente Simpósio, intitulado “História, Teatro, Música e Estética”, trata-se da extensão das atividades desenvolvidas pelo Grupo de Pesquisa com o mesmo nome, cadastrado no Diretório de Grupos do CNPq e integrado por pesquisadores de diversas universidades brasileiras. As artes são compreendidas nessa proposta como produto e produtora de processos sociais, que testemunham sobre as realidades, sobre as percepções e as representações do mundo. Considerando-se esse pressuposto, o objetivo central dessa proposta é aglutinar estudiosos interessados nas relações entre História e Arte, sobretudo o Teatro e a Música, enfocando seus códigos, seus signos, suas convenções artísticas, sujeitos, cenários, processos culturais, práticas e representações. Busca-se discutir, seja na dimensão estética ou social das artes, diferentes experiências históricas, ocorridas em diferentes espaços e temporalidades.
Palavras-chave: História. Teatro. Música. Estética.



ST-02: SER PENSANTE, SER AGENTE: TRABALHO E RESISTÊNCIA DE ESCRAVIZADOS NO SÉCULO XIX.

Prof. Me. Rodrigo Caetano Silva (Doutorando UFPA)

A escravidão de pessoas de grupos étnicos africanos e de seus descendentes foi uma instituição que prevaleceu por mais de trezentos anos no Brasil. Em oposição ao que foi escrito durante muito tempo, estudos fortemente alicerçados em análises feitas com a utilização de antolho e, que a partir disso, projetou-se inadequadamente uma visão restrita sobre o passado dos escravizados, indicando-os como vítimas de seu próprio tempo, surgiu, nos anos oitenta do século XX, pesquisas que possibilitaram o fortalecimento de uma produção historiográfica brasileira revisionista que colocaria os escravizados como agentes construtores de suas próprias ações. Eles seriam compreendidos, por essa historiografia revisionista, como transformadores de suas histórias e das sociedades em que se inseriam. Influenciados por essa “nova historiografia” muitos historiadores passaram a perceber a capacidade dos escravizados de resistir ao sistema. Por exemplo, Angélica era uma escravizada que estava matriculada na coletoria da cidade de União, província do Piauí, e que comprou sua liberdade utilizando como moeda de troca um cavalo. Assim, é importante perceber o sistema escravista como algo complexo e, fazer análise da instituição sem a utilização de antolho; nesta perspectiva, é importante enxergar os escravizados como elementos que pensavam e agiam, utilizando-se de várias estratégias para resistir ao sistema, como ficou perceptível no caso de Angélica. Nesse mote, este simpósio temático busca reunir trabalhos que versem, nos seus múltiplos aspectos, sobre a escravidão, no Brasil, de pessoas de grupos étnicos africanos e de seus descendentes, no período que compreende o século XIX.
Palavras-Chave: Escravidão. Trabalho. Brasil.



ST-03: PRODUÇÃO DE ALIMENTOS NOS SERTÕES DO BRASIL

Prof. Dr. Alcebíades Costa Filho (UESPI)
Prof. Me. Marcelo Reges Pereira (UESPI)

A proposta desse simpósio é discutir o processo de produção de alimentos nos sertões, através da atividade agropecuária com base na mão de obra familiar e as atividades tradicionais de caça, pesca e coleta de frutos nativos. As reflexões serão mediadas por documentos produzidas por agências governamentais e outras fontes menos ortodoxas como literatura de ficção e de viagem, memórias, periódicos e oralidade. Uma temática pertinente no contexto atual onde a crise na produção de alimentos e a demanda por uma produção sustentável geram discussões em diversos âmbitos dentro e fora da academia. Portanto, este debate abre janelas para pensar a produção, distribuição e consumo e as relações de trabalho. Neste simpósio serão acolhidos trabalhos que proponham uma reflexão sobre produção de alimentos (todo o ciclo produtivo), agricultura familiar na produção de alimentos, práticas alimentares tradicionais regionais, saberes tradicionais sobre agropecuária, saberes tradicionais sobre alimentação (hospitalidade e comensalidade), agroecologia e sustentabilidade na produção da agricultura familiar, produção extrativista tradicional.
Palavras-chave: Produção de alimentos. Sustentabilidade. Saberes e práticas tradicionais. Saberes sobre alimentação.



ST-04: MIGRAÇÕES, FRONTEIRAS E ESPAÇOS

Prof. Dr. Antonio Alexandre Isidio Cardoso (UFMA – Campus Codó)
Prof. Me. Márcio Douglas de Carvalho e Silva (Doutorando em História - UFPA)

 As migrações tem sido um fenômeno observável com muita intensidade nas últimas décadas em todo o planeta. Cenários de guerra, crises econômicas, conflitos ambientais, agravamento de situações de pobreza, busca de melhores perspectivas, dentre outros aspectos, têm sido fatores sociais importantes que denotam a abrangência global da problemática. Nesse contexto, o Brasil tem sido importante destino de migrações na América Latina. Histórico receptor de populações africanas e europeias, o país se destaca igualmente pela mobilidade demográfica dentro de suas dilatadas fronteiras. O que se observa na contemporaneidade, é um processo quase intrínseco à história do nosso país, seja com as migrações estrangeiras, seja com migrações internas. Muitas pesquisas realizadas em diferentes áreas das ciências humanas e sociais vêm se dedicando ao estudo dessas experiências migratórias. Nesses trabalhos, para além dos deslocamentos em si, ganham visibilidade os próprios migrantes que são agentes desse processo e provocam transformações nos percursos e nos territórios onde acabam se fixando. O Nordeste, entendido como composição social e discursiva datada, tem sido bastante estudado a partir do viés de fenômenos migratórios, fortemente presentes em suas paisagens camponesas e urbanas. Do interior para o litoral, dos sertões secos para os sertões amazônicos, de localidades rurais para grandes metrópoles nacionais, para além das fronteiras regionais, gerações de populações empobrecidas têm sido marcadas por experiências migratórias. É nesse caminho que este simpósio busca fomentar o debate entre trabalhos que discutam as mobilidades humanas tanto nos dias atuais como em séculos recuados, percebendo as suas causas, dinâmicas, conexões entre campo, cidades e florestas. Além de estar aberto a trabalhos pertinentes à área da História, o simpósio busca dialogar com outros campos do saber como a antropologia, a sociologia e a geografia, proporcionando um espaço em que abordagens múltiplas sejam debatidas.
Palavras-chave: Migrações. Trabalho. Territorialidades. Natureza.



ST-05: HISTÓRIA, TERRA E TRABALHO NO SERTÃO PIAUIENSE

Prof. Me. Cássio de Sousa Borges (UFPI)
Profa. Ma. Ivana Campelo Cabral (SEDUC/PI)

O campo, muitas vezes representado como a antítese da cidade, há bastante tempo é tema de reflexão pela academia nos seus mais variados aspectos, sejam sociais, culturais ou econômicos. Concordamos com o autor René Remond ao sustentar que “nossa história inclina-se a exagerar a importância do fenômeno urbano, da população das cidades e das questões sociais ligadas à industrialização, esquecendo-se dos problemas e da situação dos homens do campo”. O presente Simpósio Temático tem por objetivo reunir pesquisas que abordem sobre a ocupação produtiva da terra, questões fundiárias, e formas de trabalho rural no território onde hoje se constitui o estado do Piauí, desde o período colonial até o século XX. O campo nos aparece como parte essencial da sociedade e que deve continuar a ser estudado, pois é nele que se consolidam muitas das contradições sociais que reverberam pelo país nos dias atuais. O meio rural aparece no cenário histórico piauiense em seus diferentes períodos com bastante destaque, dada a forte predominância da produção agrícola e pecuarista na economia estadual e a ampla movimentação dos variados seguimentos sociais ligados a esse setor da economia.
Palavras-chave: História. Terra. Trabalho. Piauí.




ST-06: TÉCNICA E RURALIDADES: CONTRIBUIÇÕES FILOSÓFICO-HISTÓRICAS

Profa. Ma. Ana Paula Cantelli Castro (UFPI)
Prof. Dr. Gustavo Silvano Batista (UFPI)
Prof. Dr. Maurício Fernandes da Silva (UFPI)
Prof. Me. Rodrigo Gerolineto da Fonseca (IFPI)

O presente simpósio pretende problematizar, através de contribuições filosóficas e históricas, a relação entre a técnica, enquanto modo contemporâneo de produção de artefatos e processos, e o mundo rural, enquanto espaço vivido no qual diversas técnicas surgiram e se desenvolveram. Tal relação, entre a técnica e o âmbito rural, abre-nos uma esfera de discussão que busca debater as transformações presentes no mundo rural, especialmente no que diz respeito à perspectiva histórica de criação, recepção e transformação da técnica, muitas vezes desdobrada em tecnologia, como uma forma de relação com o meio, no sentido de pensar a situação e a transformação do mundo da vida rural em um ambiente técnico. Ao mesmo tempo, queremos discutir o alcance da técnica em sua relação com o traço prático próprio do modo de ser das ruralidades, muitas vezes pensada a partir da relação com a terra e com a comunidade. O que significa dizer que as relações humanas com os saberes locais, mesmo as mediadas pela técnica, não se deixariam dominar pelos processos, ou seja, a técnica desenvolvida estaria totalmente remetida a vida em comum. Assim, as contribuições deste simpósio apresentam o problema da técnica e da tecnologia no âmbito das ruralidades, questionando a sua relação com a tecnologia, enquanto traço próprio da vida urbana, considerando dois exemplos de modos historiográficos de lidar com a técnica na perspectiva das ruralidades: o modo de produção dos farinheiros e os saberes e práticas sertanejos enquanto patrimônio histórico e museológico.
Palavras-chave: Técnica. Rural. História.



ST-07: EDUCAÇÃO DO CAMPO E BNCC: DA FORMAÇÃO PARA O MUNDO DO TRABALHO À FORMAÇÃO PARA O MERCADO DE TRABALHO

Profa. Dra. Lucineide Barros Medeiros (UESPI)
Profa. Ma. Maria Raquel Barros Lima (AEFAPI)
Prof. Dra. Marli Clementino Gonçalves (UFPI)
Profa. Dra. Maria do Socorro Pereira da Silva (UFPI)
Prof. Dr. Elmo de Souza Lima (UFPI)

O simpósio tem como objetivo promover discussões analíticas a respeito da Educação do Campo, enquanto componente de uma política voltada para o desenvolvimento humano e ambiental, promotora de nova sociabilidade, ancorada numa proposta pedagógica e metodológica, cuja matriz está fundada na experiência de luta dos movimentos sociais do campo em defesa da reforma agrária popular e superação da exclusão educacional imposta aos trabalhadores do meio rural. Esta construção, impulsionada pelo Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA) atualmente sofre importante tensionamento, de um lado pelos sucessivos cortes de recursos para a Educação do Campo e, de outro, pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do Ensino Médio, aprovada em 2018, devendo ser implementada a partir de 2020, o que implicará a (re)formulação de currículos dos sistemas, das redes e escolas de todas as unidades federadas do Estado brasileiro. O Ensino Médio é a ultima etapa da Educação Básica e, conforme a BNCC, terá 40% de sua carga horária voltada para os “itinerários formativos”, com ênfase no ensino técnico profissionalizante. Esta perspectiva modifica as finalidades do Ensino Médio que, de acordo com a  Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) nº 9394/96, deve preparar os educandos para o trabalho e a cidadania, contudo, a Lei 13.415/2017, da reforma do Ensino Médio, reduziu a três as disciplinas obrigatórias o que provavelmente limitará as oportunidades de acesso ao conhecimento fundamental à construção cidadã, além do risco de negligenciar, na formação, a especificidade campo como território. A proposta de discussão inclui aporte teóricos como Frigotto e Siavatta (2007), Saviani (2007) e Kenzer (2017).
Palavras-chave: Educação do Campo. BNCC. Mundo do Trabalho



ST-08: AS INVESTIDAS DO CAPITAL E A RESISTÊNCIA DA CLASSE TRABALHADORA: CONFLITOS, MOVIMENTOS E HISTÓRIA DAS LUTAS POR DIREITOS

Prof. Dra. Rosângela Assunção (UESPI - Campus Clóvis Moura);
Prof. Dr. Carlos Rerisson Rocha Costa (UESPI - Campus Clóvis Moura)

A busca pela acumulação de capital tem se apoiado em diversas estratégias de espoliação, retirando direitos da classe trabalhadora como forma de ampliação dos ganhos da iniciativa privada. Nesse contexto emergem vários tipos de organizações sociais que lutam por direitos e resistem aos ataques que visam explorar o trabalhador ao máximo, transformando-os em meros consumidores ao mesmo tempo em que são convertidos em mercadorias. Presenciamos um momento de ebulição na História do Brasil recente, provando que a luta e as resistências fazem parte de nossa História. Gramsci, o teórico da Práxis, reforçou em seus estudos que o intelectual tem o dever de auxiliar os trabalhadores nas suas lutas cotidianas contra as investidas do grande capital. A partir dos aportes teóricos no campo do marxismo, pretendemos analisar o contexto atual das lutas sociais diante de múltiplos ataques, que mobilizam a organização de movimentos sociais urbanos e rurais. Visamos assim, com o presente simpósio temático, abrigar propostas a partir de pesquisas que abordem as lutas de trabalhadores, estudantes, mulheres, sindicatos, associações, comunidades e coletivos no enfrentamento às investidas do capital em suas tentativas de ampliar as formas de exploração no mundo do trabalho.
Palavras-chave: Movimentos sociais. Resistência. Luta por direitos.



ST-09: A LEI 10.639/2003 NO ENSINO DE HISTÓRIA: DESAFIOS, IMPACTOS E POSSIBILIDADES

Profa. Ma. Andreia Rodrigues de Andrade (UESPI)

 A Lei 10.639/2003 versa sobre o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana, ressalta, assim, a importância da cultura negra na formação da sociedade brasileira. Deste modo, debates diversos acerca dessa temática são tecidos, de um lado os que defendem a importância de tal legislação para romper com amarras históricas do ensino no país, de outro, os críticos da lei que apontam ser desnecessária a sua existência, uma vez que, segundo tais grupos, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN 9.394/96) já contempla tais conteúdos. Este simpósio busca discutir os impactos, desafios e possibilidades da Lei 10.639/2003 no Ensino de História, a fim de entender os motivos da dificuldade de sua implementação, por meio da análise das políticas públicas federais e das produções acadêmicas a ela relacionadas. Enfatiza-se a falta de incentivos aos professores para trabalharem em sala de aula a importância da História e da cultura africana para a compreensão da História do Brasil e romper com a visão eurocêntrica que ainda vigora na formação escolar brasileira. Prioriza-se ainda estudos relacionados aos problemas que dificultam a execução da Lei 10.639/03, da desigualdade racial e racismo nas escolas, os quais inserem-se nas dificuldades estruturais do sistema educacional brasileiro, calcado em bases ideológicas racistas e excludentes.
Palavras-chave: Lei 10.639/2003. Educação Básica. Ensino de História.



ST-10: TRÂNSITOS FRONTEIRIÇOS: DESLOCAMENTOS SENSÍVEIS ENTRE HISTÓRIA E LITERATURA

Profa Dra. Ana Cristina Meneses de Sousa (UESPI)
Prof. Dr. Túlio Henrique Pereira (PNPD/Capes/UFPI/PPGHB)

A partir da segunda metade do Século XX, a condição pós-moderna ou o pensamento desconstrucionista, tem possibilitado pensar sobre nossos deslocamentos interiores, ou seja, sobre nosso processo de produção histórica das sensibilidades. As fronteiras não são apenas limites ou separação de espaços, são antes deslocamentos que acontecem de forma pessoal, subjetivo e intransferível entre os indivíduos. Como pontua Mia Couto em sua obra O outro pé da sereia “a viagem não começa quando se percorrem distâncias, mas quando se atravessam nossas fronteiras interiores” (2006; p.192). A partir dessa percepção o presente Simpósio interessa-se por pesquisas e escritas que analisam ou se identificam com as teorias desconstrucionistas, teorias pós-coloniais, bem como, aquelas que mantém diálogos com a história das sensibilidades, esse rico campo de análises da Histórica Cultural. O Simpósio reflete sobre os estudos que analisam a relação entre História e Literatura, esses mesmos trânsitos fronteiriços, não somente no sentido da Literatura ser considerada fonte para o historiador, mas no sentindo de que a literatura serve para pensar sobre o processo de territorialização e desterritorialização das palavras e das coisas. Resumindo, esse Simpósio tem como objetivo refletir sobre temáticas “fronteiriças” entre a História e a Literatura, tais como: o medo, a loucura, o amor, o ódio, a solidão, entre outras sensibilidades que ajudam a pensar sobre nossos trânsitos fronteiriços e interiores.
Palavras-chaves: Trânsitos fronteiriços. Sensibilidades. História. Literatura



ST-11: HISTÓRIA, LITERATURA E LABOR INTELECTUAL: FONTES, METODOLOGIA E PRÁTICAS DE PESQUISA

Profa. Ma. Mara Lígia Fernandes Costa (UESPI/UFPE)
Profa. Ma. Gislane Cristiane Machado Tôrres (IFPI/UFG)

Este simpósio pretende reunir pesquisas relacionadas aos estudos de intelectuais, escritores, artistas e demais produtores culturais. Compreendemos que investigar atuação destes atores sociais, a partir de uma perspectiva da História Cultural, possibilita aprofundar estudos sobre a atividade intelectual, a cultura impressa e a criação e o funcionamento de instituições e grupos de atuação artístico-culturais de meados do século XIX ao início do século XXI. Este simpósio tem a finalidade de contemplar temáticas diversas mantendo um olhar crítico que considere o uso das mais diferentes fontes: textos literários canônicos, produções literárias populares e/ou marginais, textos que obtiveram limitada circulação, produções artísticas diversas de cunho político, social e étnico. A escrita histórica contemporânea segue a tendência de considerar novas perspectivas para que sejam pensados outros modos de articulação entre as obras, as práticas e o mundo social. Deste modo, a ficção, a poesia, a crônica, a arte, o teatro, o jornalismo, a boemia, o arquivo, a academia podem ser elementos importantes para a construção de um diálogo entre História, Literatura e Intelectuais. Serão acolhidos também trabalhos que contemplem as dimensões da memória, prática biográfica e os esforços de construção de si empreendidos por literatos, intelectuais e agremiações culturais. Compreendemos que a atividade letrada pode ser interpretada como uma ferramenta para possibilitar que escritores, artistas e jornalistas pudessem revelar a sua produção cultural e compreender suas respectivas atuações no contexto social no qual estavam inseridos.
Palavras-chave: Intelectuais. Literatos. Memória.



ST-12: HISTÓRIA, CORPO E EDUCAÇÃO: DIÁLOGOS EM PERSPECTIVA DE GÊNERO

Profa. Dra. Joseanne Zingleara Soares Marinho (UESPI)
Profa. Ma. Lívia Suelen Sousa Moraes Meneses (UFPI/EAD)

A expansão da incorporação da categoria de gênero na historiografia gerou novas indagações E renovações temáticas, além do uso original de métodos e teorias, possibilitando uma análise diferenciada a partir da descoberta de temas, documentos, temporalidades e estratégias metodológicas. Ampliaram-se os questionamentos sobre a naturalização biológica, universalismos e normalizações, reconhecendo as diferenças como históricas, sendo resultados de construções sociais e culturais. Desfazem-se, portanto, noções abstratas de “mulher” ou “homem” enquanto identidades únicas, fixas, indivisíveis e coerentes, para pensá-las como plurais, históricas e diferenciadas, desenvolvendo-se no plano das configurações de práticas, prescrições, representações, apropriações e subjetivações (WOODWARD, 2009). Nesta perspectiva, dentre a multiplicidade de chaves de leitura para entender a constituição de identidades de gênero nos contextos históricos, as discussões e debates em torno da educação e do corpo têm surgido como possibilidades de entender relações de poderes, representações e subjetivações em torno de papéis masculinos e femininos. No campo da educação destaca-se, por exemplo, os processos de construção sociocultural de corpos generificados nas práticas educativas, nos currículos e nas diretrizes pedagógicas (LOURO, 2004). No que diz respeito às discussões sobre corpo, é necessário pensar além da lógica tradicional que o aprisiona na estrutura biológica, uma vez que um olhar mais cuidadoso permite identificar o universo cultural, religioso, social e econômico do indivíduo, mas também da sociedade, apresentando-se “[...] no cruzamento do invólucro individualizado com a experiência social, da referência subjetiva com a norma coletiva.” (CORBIN; COURTINE; VIGARELLO, p. 13, 2017). Nesse sentido, os estudos analisam como os corpos foram e são alvo de meticulosos processos de construção histórica a partir de aprisionamento, modelagem, vigilância e controle. Este simpósio temático se propõe, portanto, a ser um espaço de discussão e de reflexão sobre as relações amplas que se estabelecem entre corpo, educação e gênero no campo historiográfico, reunindo pesquisas que estão sendo desenvolvidas na área da construção sociocultural de corpos generificados nas práticas educativas; na utilização de instâncias como o cinema, as revistas e a música na construção corpórea; nas representações articuladas por médicos, políticos, educadores, filantropos e literatos, que estiverem relacionadas aos processos históricos de tratamento, correção e disciplina, considerando a dimensão de gênero.
Palavras-chave: Gênero. Corpo. Educação.
Referências








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