Minicursos



MC-01: OS SENTIDOS NAS FRONTEIRAS DO BRASIL RURAL: HISTÓRIA, TRABALHO E MIGRAÇÃO

Profa. Ma. Lia Monnielli Feitosa Costa (Seduc-PI)
Prof. Mestrando Marcelo Aleff de Oliveira Vieira (UFC)
Profa. Dra. Cristiana Costa da Rocha (UESPI)

O presente minicurso tem como objetivo instrumentalizar e ampliar o debate acerca dos diversos sentidos construídos pelos sujeitos rurais, que ao constituírem seus projetos de vida criam novas ideias de fronteiras frente às regionalizações e fronteiras políticas que obedecem a requisitos socioeconômicos e ambientais semelhantes. A experiência migratória e elementos marcantes como o encontro da água na vida do sertanejo, revelam outros significados e outros desenhos de fronteira política, haja vista que migrar é viver, mas também tem algo de deambulante. Ainda que rotas migratórias estejam traçadas, o que se espera é sempre um surpresa.  A oralidade é a chave para entender como homens e mulheres por meio de suas narrativas nos fazem entrever esta espacialidade como um território de  trabalho, lutas e difculdades próprios do cotidiano dos trabalhadores rurais. A História Social nesse sentido nos possibilita o estudo das relações de trabalho constituídas, revelando que para além do aparente comportamento passivo do camponês pobre existem estratégias de sobrevivências e táticas de resistência sutis que fazem parte da vida do sertanejo. Neste sentido, abordaremos neste minicurso temáticas que contribuam de um modo geral para a história do campesinato no Brasil e os mais diversos aspectos da condição camponesa, sua produção / reprodução, modos de vida e sociabilidades, estudos agregadores que possam perscrutar os vários “brasis rurais” esquecidos em fronteiras desenhadas pela memória do sertanejo.
Palavras–chave: Trabalho. Migração. Brasil Rural.
Referências




MC-02: CULTURA DE RESISTÊNCIA NEGRA NO BRASIL OITOCENTISTA

Profa. Dra. Maria da Vitória Barbosa Lima (UESPI)

Este minicurso tem como proposta ampliar os debates sobre a cultura de resistência no Brasil. Trabalhos como de Sidney Chaloub (1990) e Flávio Gomes (1995, 2003), preocupam-se com a historicidade e a dinâmica social, sobretudo, com a crítica à reificação/vitimização do escravo. A reavaliação de conceitos como os de autonomia, resistência e acomodação permite a recuperação da figura do escravo como um ator histórico e representa, nesse sentido, um passo importante para a reconstituição da escravidão na formação social brasileira. A resistência está imbricada com a cultura negra no Brasil. A cultura negra é rebelde, não apenas através dos quilombos, mas, também, por sua festa negra, pois ela resiste aos discursos de “modernidade” e “civilidade” porque defende os costumes e a identidade de um povo arrancado de sua terra, expropriado de muitos direitos nas novas terras. Assim, pretendemos trabalhar a cultura negra através de diversas manifestações culturais de origem africana, tanto cerimônias religiosas quanto “divertimentos” profanos de “negros”.
Palavras-chave: Cultura negra. Ancestralidade. Identidade negra.




MC-03: A ARTE E A RECONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE AFRO-BRASILEIRA

Prof. Me. Cláudio José Araújo Silva (Uespi)
Profa. Mestranda Arlete Soares Godinho (Ufpi/Seduc/Semec)
Prof. Esp. Lucas Ramyro Gomes de Brito (Censa)

Sabe-se que a escravidão no Brasil deixou um legado negativo para os afrodescendentes que durante muito tempo ficaram subordinados à cultura europeia e num plano pessoal passaram a sofrer racismo, preconceito racial, discriminação racial e injúria racial. Nesse sentido, até o presente momento, os afrodescendentes ainda gozam de uma identidade negativa, marcada fundamentalmente pelo fenômeno da invisibilidade pessoal, coletiva, cultural e pela propagação da ideia de serem incapazes de realizar produções culturais, científicas e artísticas. Nessa perspectiva, visamos oferecer um minicurso em que sejam abordados o processo de formação da primeira identidade dos ascendentes de africanos no Brasil e o papel da Arte como componente cultural, histórico e acadêmico dentro do processo de desconstrução e reconstrução da identidade afrodescendente brasileira. Nesse contexto, vale lembrar que através da Arte o afrodescendente tem a possibilidade de desmistificar as ideologias criadas sobre ele ao longo da história.  O racismo científico apresenta-se como uma grande fonte de preconceitos contra os africanos e seus descendentes e a Arte poder funcionar como instrumento de luta para se desmistificar essas ideologias, visto que através dela pode-se desenvolver diversas capacidades criativas, científicas e culturais. O minicurso tem como objetivo geral refletir sobre a construção e a desconstrução da identidade afrodescendente no Brasil. E como objetivos específicos caracterizar o processo de formação da identidade afro-brasileira; analisar a produção artística de afrodescendentes; identificar a Arte como expressão de luta e reconhecimento dos afrodescendentes. Como metodologia, será usada a exposição dialogada voltada para o ambiente do ensino, da educação, por meio de atividades interativas com os participantes.
Palavras-chave: Arte. Identidade afro-brasileira. Educação.




MC-04: COMUNIDADES TRADICIONAIS E O CAMPO DA PESQUISA

Prof. Me. Cláudio Rodrigues de Melo (UESPI/SEDUC)
Profa. Dra. Iraneide Soares da Silva (SANKOFA/UESPI- NEPA/UESPI)

A História Social fez emergir uma infinidade de novos sujeitos que estavam adormecidos dentro da historiografia tradicional. Nos propomos a refletir sobre esses sujeitos na sua diversidade de gênero e, debater e refletir como tem se dado o processo de inserção no campo da pesquisa das temáticas relacionadas às comunidades tradicionais, notadamente populações indígenas e quilombolas. Por entender que o estudo desses sujeitos nos provoca a uma busca de entendimento dos mesmos enquanto partícipes da roda da história, salientamos a necessidade de observar com tem sido estudados e quais possibilidades se apresentam para uma melhor compreensão dos seus modos de ser, ritos e tradições que compõem o rico mosaico da cultura e reverbera outros campo como o trabalho e a religiosidade. É necessário cada vez mais um novo olhar sobre esses povos e seus processos de organização e luta pela afirmação do reconhecimento dentro da alteridade que estrutura o ser brasileiro. 
Palavras-Chave: Quilombolas. Indígenas Alteridade. Tradição.




MC-05: ESTUDOS DE MÍDIA E RAÇA – UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA CONTEMPORÂNEA

Prof. Dr. Gustavo de Andrade Durão (UESPI – São Raimundo Nonato)

A disciplina tem como objetivo promover debates acerca do papel da mídia na transmissão e na tradução dos conteúdos relativos às questões raciais. Compreendendo os avanços da imprensa e dos métodos de propaganda, pretende-se abordar como essas áreas realizam determinada interpretação das relações raciais, ou mesmo contribuíram para o desconhecimento dos conceitos de etnia e raça na sociedade brasileira. Através da análise das produções de teóricos da comunicação, da sociologia, da antropologia e da história serão apresentadores as referenciais sobre o papel da mídia na divulgação das representações da opinião pública de parte da nossa sociedade. Enfocando peças publicitárias e informes jornalísticos nos quais as noções de raça e etnia são apresentadas ao público, pelo método interdisciplinar, têm como objetivo problematizar e desconstruir as interpretações vigentes dentro dos debates aqui apresentados.
Palavras-chave: Mídia. Raça. Representação.




MC-06: COSMOLOGIAS E TERRITÓRIOS: GÊNERO, RAÇA E EPISTEMOLOGIAS  NAS RURALIDADES

Profa. Dra. Maria Sueli Rodrigues de Sousa (Direito UNB)
Profa. Mestranda Heloisi da Costa Mourão Soares (Sociologia UFPI)
Profa. Mestranda Lara Melinne Matos Cardoso (Sociologia UFPI)
Prof. Me. Renzyo Augusto Santos Costa (Sociologia UFPI)

A ocupação e os significados dados às Ruralidades brasileiras estão marcadas pelo processo de ocupação e destinação socioeconômica das terras e as relações entre seus diversos atores. As configurações desses espaços perpassam pelas significações, interações e conflitos entre interesses individuais e coletivos que tem origem nas diferentes cosmologias que integram as dinâmicas socioambientais no país. Embora a caracterização desses atores considerem categorias como latifúndio; agronegócio; campesinato; agricultura familiar e afins,  tem emergido produções acadêmicas que propõem a reflexão acerca das  participação do gênero, étnico-racial a luz de cosmologias afro- ameríndias na analise do âmbito rural. Nesse debate tem se destacado a teorização do território como representação de vida, relações sociais e resistências no contexto de expansão de grandes projetos desenvolvimentistas, como por exemplo, no Piauí ocorre com a ferrovia Transnordestina, Mineração e etc. O Objetivo do minicurso é refletir como as epistemologias de fronteira, correlacionadas as discussões de gênero e negritude tem contribuído para redefinir as concepções acerca da formação históricas e as dinâmicas relacionais no meio rural, destacando o conceito de território como ferramenta e pedagogia de resistência a degradação socioambiental. O referencial teórico é composto por pensadoras como Benjamim (1987); Walsh (2013); Moura(1988); Rodrigues (2010); Gadotti (2001). A metodologia a ser desenvolvida são de exposições dialogadas com suportes dede textos e recursos áudio visuais, dividida em módulos temáticos de epistemologias, gênero–racial e socioambientalismo. Almeja-se a instigação ao debate e produção acerca do meio rural brasileiro a partir das cosmologias e epistemologias do sul global.
Palavras- Chaves: Ruralidades. Epistemologias. Gênero. Raça.




MC-07: TRAJETOS URBANOS DA POPULAÇÃO POBRE EM TERESINA-PI NAS FRONTEIRAS DO RISCO E DA CONQUISTA

Prof. Dr. Edmundo Ximenes Rodrigues Neto

O minicurso pretende refletir sobre dinâmica urbana de Teresina-PI, sobretudo, as variáveis que colabaram para o deslocamento intraurbano da população pobre nos últimos cinquenta anos, debatendo o descompasso entre crescimento demográfico e política habitacional. Nesse processo, o perfil da população, seu modo de vida, suas condições, necessidades e demandas urbanas, suas formas de organização e os lugares vão se transformando, condicionados por fatores econômicos e políticos diversos. Não obstante compreender que o fenômeno e a sociedade urbana se (re)produzem numa lógica permeada de relações, contradições, desigualdades, as quais, como diz Lefebvre (2004), devem ser visibilizadas e examinadas numa dinâmica dialética, a partir de diversos ângulos, não se pretende no minicurso a tarefa impossível de esgotar tal dinâmica e conteúdo. Daí a seleção de obras e dados que tratam sobre a cidade, seja para captar, mesmo de forma panorâmica, a inserção regional do município, seja para entender sua dinâmica a partir de períodos e sob enfoques disciplinares diferentes, mas que, reunidos num diálogo, talvez permitam aproximar-se de como a questão urbana em Teresina foi e está sendo tratada.
Palavras-chave: Cidade. Pobreza Urbana. Questão Social. Política Urbana.




MC-08: HISTÓRIA E MÚSICA: O UNIVERSO RURAL NO CANCIONEIRO POPULAR BRASILEIRO

Prof. Dr. Jonas Rodrigues de Moraes (UFMA – Codó-MA)
Prof. Doutorando Alfredo Werney Lima Torres (IFPI –Teresina-PI)
Prof. Me. Francisco Adelino de Sousa Frazão (IFPI –Teresina-PI)

O curso procura analisar e discutir sobre a relação entre história e música popular brasileira a partir de análise das canções. Toma-se como base para essas reflexões o universo rural e como este se apresenta no cancioneiro popular brasileiro. As ressonâncias do ruralismo emergem a partir do “Luar do Sertão” do músico e poeta maranhense Catulo da Paixão Cearense (1863-1946), com parceria de João Pernambuco (1883-1947). Pretende-se trilhar pela pluralidade rítmico-melódica dos sons do sertão: aboio, baião, coco, embolada, frevo, galope, maracatu, rojão, toada, xaxado, entre outros gêneros musicais. A reverberação produzida pelo baião e outros ritmos trazidos no matolão de Luiz Gonzaga (1912-1989) possibilitaram compreender o processo de deslocamento do baião e sua materialização nas canções do sanfoneiro do Riacho da Brígida, de Humberto Teixeira (1915-1979), Zé Dantas (1921-1962) e outros parceiros mostram a reinvenção desse gênero. Assinala que algumas canções do repertório gonzagueano foram construídas na fusão e hibridização do baião com outros ritmos gravados em 78 RPM e LP como: “Gato angorá” (marcha-baião), 1950; Estrada de Canindé (toada-baião); “Mariá” (coco-baião), 1951; “Vozes da seca” (toada-baião), 1953; “Olha a pisada” (baião-xaxado), 1954; “Balaio de Veremundo” (baião-xote), 1954; “Café” (baião-coco), 1955; “A Feira de Caruaru” (baião-folclore), 1957; “Comício do mato” (baião-côco), 1957; entre outras (DREYFUS, 1996, p.317-319). É importante salientar que a produção artística e as elaborações estéticas da música de Luiz Gonzaga foram fundamentais para a construção da Música Popular Brasileira (MPB). Além dos compositores e músicos nordestinos tratarem em seu repertório estético o mundo rural, é importante salientar também que os compositores de outras regiões do país trouxeram temáticas do ruralismo para dentro de suas canções: Francisco Ribeiro e Tonico “Chico Mineiro” (1946) interpretada pela dupla Tonico (1917-1994) e Tinoco (1920-2012); Teddy Vieira e Luizinho “Menino da Porteira” (1973) com interpretação de Sergio Reis; Mario Zan e Arlindo Pinto “Chalana” (1975) interpretado pelos artistas Sergio Reis e Almir Sater; Milton Nascimento e Chico Buarque de Hollanda na canção “O Cio da Terra” (1977); Renato Teixeira e Almir Sater “Tocando em frente” (1992);. Esses sons do universo rural de Catulo da Paixão Cearense, Luiz Gonzaga, João do Vale até a música caipira e sertaneja colaboraram de maneira significativa para as identidades do Brasil, porque essas produções musicais conquistaram parte da população brasileira e produziu referenciais estéticos nos movimentos de cultura da música brasileira, a exemplo da “Tropicália” e do “Manguebeat”. Enfim, esse minicurso será pautado nas pesquisas de Canclini (2003), Frazão (2009), Moraes (2012), Torres (2014), entre outras referências.
Palavras-chave: Música. Representação. Ruralidades.




MC-09: HISTÓRIA, TEATRO, IMPRENSA E CENSURA NO BRASIL

Prof. Me. Ronyere Ferreira (Doutorando/UFPI)
Prof. Me. Márcio Douglas de Carvalho e Silva (Doutorando/UFPA)

Esse minicurso tem por objetivo apresentar as principais discussões historiográficas sobre a censura ao teatro no Brasil, tomando como ponto de partida quatro contextos específicos nos quais esse fenômeno pode ser analisado, quais sejam: a) a segunda metade do século XIX; b) a Primeira República; c) o período ditatorial do Estado Novo (1937-1945); e d) a ditadura militar. A censura ao teatro no Brasil existiu, pelo menos, desde a primeira metade do século XIX até 1988, quando a prática foi oficialmente abolida pela Constituição, vigente até os dias atuais. No decorrer do minicurso, serão apresentadas as especificidades da censura nesses contextos, como seus objetivos, seus pressupostos, seus mecanismos de atuação e as formas de resistência à elas. Busca-se, ainda, analisar as discussões e as representações sobre a censura na imprensa dos períodos, para isso, além de exposição e diálogo sobre a bibliografia básica, serão analisadas crônicas que tomaram a censura como objeto de reflexão da sociedade.
Palavras-chave: Teatro. Imprensa. Censura.




MC-10: HISTÓRIA DA SAÚDE E DAS DOENÇAS: APORTES TEÓRICOS E METODOLÓGICOS NA PESQUISA HISTÓRICA

Profa. Dra. Joseanne Zingleara Soares Marinho (UESPI)
Profa. Ma. Lívia Suelen Sousa Moraes Meneses (UFPI/EaD)
Profa. Mestranda Ana Karoline de Freitas Nery (UFPI)
                           
Considerando que, a partir da década de 1970, novos objetos foram incorporados à História, têm-se observado a ampliação da área de investigação envolvendo temáticas relativas ao corpo, à morte, à sexualidade e à doença. Dentro destas novas temáticas que elegem o corpo como objeto, o entendimento da saúde e das doenças resulta em temas privilegiados para se compreender as sociedades em determinadas épocas no “[...] campo da História, forjando novas agendas de pesquisa, revigorando campos consolidados mas, contudo, reivindicando cada vez mais sua natureza fundamentalmente multidisciplinar.” (HOCHMAN; TEIXEIRA; PIMENTA, p. 9, 2018). A recente produção cientifica vem consolidando as temáticas entre a comunidade de historiadores brasileiros, especialmente em conjunturas locais/regionais. Nesse contexto, não se considera a saúde e as doenças intrinsecamente, mas na rede de relações estabelecidas, envolvendo saberes e práticas, instituições, representações, manifestações (LE GOFF,1991). Os conceitos de saúde e doença são, portanto, históricos e os processos relativos ao adoecer e à cura são socialmente vivenciados e construídos, relacionados com a ciência, a sociedade, a cultura, a religião e o meio ambiente, enfim, envolvendo todo o âmbito das manifestações socioculturais. Tendo em vista estas questões, o minicurso se propõe a discutir a relação entre História, Saúde e Doenças, a partir das produções no campo das ciências humanas e sua interface com a historiografia. Aborda-se, portanto, questões relativas ao trato teórico-metodológico: incidência do tema na historiografia e possibilidades de fontes e pesquisas, especialmente em contexto piauiense.
Palavras-chave: História. Saúde. Doenças.
Referências




MC-11: A CONSTRUÇÃO DO IDEÁRIO PRESERVACIONISTA DO PATRIMÔNIO CULTURAL BRASILEIRO E PIAUIENSE
                 
Profa. Dra. Viviane Pedrazani (UESPI)

A proposta do presente Minicurso tem como escopo levar a estudantes e profissionais interessados na área de patrimônio cultural brasileiro e piauiense, o percurso da construção de um ideário preservacionista no que tange tanto o processo de institucionalização desse campo, como a formação de um corpus conceitual e legislativo de salvaguarda dos bens culturais materiais e imateriais. No Minicurso serão apresentados, no que cabe à esfera Federal, o contexto histórico da formação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e a criação do decreto-lei nº 25, de novembro de 1937, apresentando na sequência as diversas fases da instituição e da legislação de proteção do patrimônio cultural, passando pela Constituição Brasileira de 1988 e fechando com a criação do decreto-lei nº 3550, de 2000, que regulamentou a proteção do patrimônio cultural imaterial. Quanto a construção do ideário preservacionista piauiense, esse será contextualizado com a construção do ideário de preservação nacional, enfatizando as décadas de 1970/80/90.
Palavras-chave: Patrimônio Cultural. Preservação. Brasil. Piauí.




MC-12: A ABOMINÁVEL EXPERIÊNCIA QUE AQUI COMPARTILHAMOS... :
VIOLÊNCIA E CRIMINALIDADE COMO CAMPOS DOS ESTUDOS HISTÓRICOS E SEUS USOS METODOLÓGICOS ATRAVÉS DA IMPRENSA

Prof. Dr. Francisco Chagas O. Atanásio (UESPI)
Prof. Me. Fábio Nadson Mascarenhas (UESPI)

A proposta em tela visa abordar as concepções teórico-metodológicas da violência e criminalidade enquanto categorias intelectuais e objetos de estudo do conhecimento histórico. Nos propomos a realizar uma análise dos marcos reflexivos via os quais se constituem os temas e que, consequentemente, ajudaram a elaborar suas propriedades epistemológicas no decorrer da historiografia moderna, vide os estudos de LOMBROSO (criminologia) perpassando as análises contemporâneas de ALVAREZ, PEDROZO, DE QUINCEY, BECKER, CARRARA, dentre outros estudiosos que trafegam sobre tal itinerário. Para além das concepções teóricas atinentes à discussão, também nos voltamos a pautar sobre os caminhos metodológicos, possíveis de serem explorados, aliados ao conteúdo empírico, em especial a imprensa. Deste modo, analisaremos as construções narrativas, em torno dos sujeitos, dos acontecimentos, dos elementos intertextuais e ideológicos, nos quais são tecidas as tramas dos eventos em que os aspectos basilares a presente proposta se territorializam.
Palavras-Chave: Violência e Criminalidade, Teoria e Método, Imprensa e Fontes.




MC-13: MUNDOS DO TRABALHO E FRONTEIRAS HISTORIOGRÁFICAS: O LUGAR DO TRABALHO RURAL

Prof. Dr. Felipe Ribeiro (UESPI)

Este minicurso pretende apresentar um breve panorama historiográfico sobre mundos do trabalho no Brasil, enfatizando as fronteiras e os dilemas mais prementes nesse campo de pesquisas, particularmente no que tange aos estudos sobre trabalho rural. Desse modo, o principal objetivo do minicurso será dimensionar o lugar do mundo rural na historia social do trabalho, propondo articulações e diálogos para além das fronteiras historiográficas assinaladas.
Palavras-chave: Mundos do Trabalho. Fronteiras Historiográficas. Brasil.
Referências




MC- 14: AS DOENÇAS NO MEIO NORTE DO BRASIL: CONSTRUINDO IDENTIDADES E ABRINDO FRONTEIRAS (1850-1950)

Profa. Dra. Antonia Valtéria Melo Alvarenga (UESPI/UEMA)

O interesse da História pelas doenças como fenômeno sociocultural vem sendo ampliado da segunda metade do século XX, aos dias atuais. Várias e diversas têm sido as formas de abordagem desse objeto, em diálogos desenvolvidos por historiadores com referências teórico-metodológicas de diferentes áreas de conhecimentos: saúde, antropologia, sociologia, arquitetura e urbanismo, religião, políticas públicas, entre outras, contribuindo para a formação de um campo de saber que tem assumido formas cada vez menos convencionais. Crescentes são, portanto, os trabalhos produzidos nos programas de graduação e pós–graduação do País sobre essa temática, evidenciando que o campo se encontra em processo de constituição, com objetos, abordagens, fontes, metodologias e relações ainda muito promissoras. Nesse caminhar a História vem buscando compreender a doença como fato social, inserindo-a no tempo e no espaço, como formas singulares e coletivas de experiências humanas, através das quais  é possível  entender  representações, sentimentos e  práticas  sociais, bem como  as  condições  e  finalidades em que  as mesmas passaram a se  constituir como bem público de primeira grandeza, integrando  o rol de  prioridades nas agendas governamentais.  É nesse sentido que nos propomos a identificar e discutir as doenças que integraram o Meio Norte do Brasil (Maranhão e Piauí), no intervalo de tempo entre a segunda metade do Século XIX e primeira metade do século XX. Através da literatura produzida por viajantes, relatórios de governos, mensagens governamentais, crônicas, periódicos e outras formas de registros dos fenômenos socioculturais, procurar compreender como as diferentes endemias e epidemias que assolaram essa parte do país ajudaram a integrar espaços, construir identidades e relações que foram historicamente se definindo ao longo desse período.
Palavras-Chave: Doenças.  Meio-Norte. Maranhão. Piauí.
Referências




MC-15: CAPITALISMO DE ESTADO E PATRIMONIALISMO NO BRASIL

Prof. Dr. João Batista Vale Junior (UESPI)

A obra Os donos do poder: formação do patronato político brasileiro, de Raymundo Faoro, foi lançada em 1958 – em plena utopia nacional-desenvolvimentista brasileira - e logo se transformou em um clássico de nosso pensamento social.  Portadora de persuasiva discussão sobra à influência do patrimonialismo no processo de formação política do Brasil, até hoje constitui uma rica fonte para a compreensão de certas características peculiares do funcionamento da administração pública e da economia mista estatal-privada brasileiras, especialmente no que diz respeito aos custos de um modelo de “capitalismo de laços” (LAZZARINI, 2018), entendido como uma teia de relações entre interesses públicos/interesses privados, capitaneados pelo Estado, que nos dias atuais contribui ostensivamente para limitar, no interior da economia brasileira, tanto o desenvolvimento da livre circulação do capital produtivo quanto o desenvolvimento de uma estrutura social de classes absolutamente livre da tutela de um estamento burocrático estatal de linhagem (FAORO, 2000). É fato observável que uma onda de liberalização afetou de forma considerável a realidade brasileira nas décadas de 1980 e 1990, principalmente após a implementação do Plano Real e dos diversos programas de privatização, alterando a maneira como os governos gerenciam as economias. Tais mudanças, entretanto, não eliminaram a “tentação intervencionista e reestatizante” persistindo ainda em nossa estrutura social e política, um modelo em muitos aspectos debitário de uma herança colonial Ibérica. Tal fato contribui como uma espécie de círculo vicioso, para reforçar o poder e controle político e social das referidas castas estamentais aboletadas na pesada máquina estatal brasileira.
Palavras-chave: Estado. Estamentos. Economia. Desenvolvimento.
Referências











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