MC-01:
OS SENTIDOS NAS FRONTEIRAS DO BRASIL RURAL: HISTÓRIA, TRABALHO E MIGRAÇÃO
Profa.
Ma. Lia Monnielli Feitosa Costa (Seduc-PI)
Prof.
Mestrando Marcelo Aleff de Oliveira Vieira (UFC)
Profa. Dra. Cristiana Costa da Rocha (UESPI)
Profa. Dra. Cristiana Costa da Rocha (UESPI)
O
presente minicurso tem como objetivo instrumentalizar e ampliar o debate acerca
dos diversos sentidos construídos pelos sujeitos rurais, que ao constituírem seus
projetos de vida criam novas ideias de fronteiras frente às regionalizações e
fronteiras políticas que obedecem a requisitos socioeconômicos e ambientais
semelhantes. A experiência migratória e elementos marcantes como o encontro da
água na vida do sertanejo, revelam outros significados e outros desenhos de
fronteira política, haja vista que migrar é viver, mas também tem algo de deambulante.
Ainda que rotas migratórias estejam traçadas, o que se espera é sempre um
surpresa. A oralidade é a chave para
entender como homens e mulheres por meio de suas narrativas nos fazem entrever
esta espacialidade como um território de trabalho, lutas e difculdades próprios do
cotidiano dos trabalhadores rurais. A História Social nesse sentido nos
possibilita o estudo das relações de trabalho constituídas, revelando que para
além do aparente comportamento passivo do camponês pobre existem estratégias de
sobrevivências e táticas de resistência sutis que fazem parte da vida do sertanejo.
Neste sentido, abordaremos neste minicurso temáticas que contribuam de um modo
geral para a história do campesinato no Brasil e os mais diversos aspectos da
condição camponesa, sua produção / reprodução, modos de vida e sociabilidades,
estudos agregadores que possam perscrutar os vários “brasis rurais” esquecidos
em fronteiras desenhadas pela memória do sertanejo.
MC-02: CULTURA DE RESISTÊNCIA NEGRA NO BRASIL
OITOCENTISTA
Profa. Dra. Maria da Vitória Barbosa Lima (UESPI)
Este minicurso tem como proposta ampliar
os debates sobre a cultura de resistência no Brasil. Trabalhos
como de Sidney Chaloub (1990) e Flávio Gomes (1995, 2003), preocupam-se com a
historicidade e a dinâmica social, sobretudo, com a crítica à
reificação/vitimização do escravo. A reavaliação de conceitos como os de
autonomia, resistência e acomodação permite a recuperação da figura do escravo
como um ator histórico e representa, nesse sentido, um passo importante
para a reconstituição da escravidão na formação social brasileira. A
resistência está imbricada com a cultura negra no Brasil. A cultura negra é rebelde, não apenas através dos quilombos,
mas, também, por sua festa negra, pois ela resiste aos discursos de “modernidade”
e “civilidade” porque defende os costumes e a identidade de um povo arrancado
de sua terra, expropriado de muitos direitos nas novas terras. Assim, pretendemos
trabalhar a cultura negra através de diversas manifestações culturais de origem
africana, tanto cerimônias religiosas quanto “divertimentos” profanos de “negros”.
MC-03:
A ARTE E A RECONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE AFRO-BRASILEIRA
Prof.
Me. Cláudio José Araújo Silva (Uespi)
Profa.
Mestranda Arlete Soares Godinho (Ufpi/Seduc/Semec)
Prof.
Esp. Lucas Ramyro Gomes de Brito (Censa)
Sabe-se
que a escravidão no Brasil deixou um legado negativo para os afrodescendentes
que durante muito tempo ficaram subordinados à cultura europeia e num plano
pessoal passaram a sofrer racismo, preconceito racial, discriminação racial e
injúria racial. Nesse sentido, até o presente momento, os afrodescendentes
ainda gozam de uma identidade negativa, marcada fundamentalmente pelo fenômeno
da invisibilidade pessoal, coletiva, cultural e pela propagação da ideia de
serem incapazes de realizar produções culturais, científicas e artísticas.
Nessa perspectiva, visamos oferecer um minicurso em que sejam abordados o
processo de formação da primeira identidade dos ascendentes de africanos no
Brasil e o papel da Arte como componente cultural, histórico e acadêmico dentro
do processo de desconstrução e reconstrução da identidade afrodescendente
brasileira. Nesse contexto, vale lembrar que através da Arte o afrodescendente
tem a possibilidade de desmistificar as ideologias criadas sobre ele ao longo
da história. O racismo científico
apresenta-se como uma grande fonte de preconceitos contra os africanos e seus
descendentes e a Arte poder funcionar como instrumento de luta para se
desmistificar essas ideologias, visto que através dela pode-se desenvolver
diversas capacidades criativas, científicas e culturais. O minicurso tem como
objetivo geral refletir sobre a construção e a desconstrução da identidade
afrodescendente no Brasil. E como objetivos específicos caracterizar o processo
de formação da identidade afro-brasileira; analisar a produção artística de afrodescendentes;
identificar a Arte como expressão de luta e reconhecimento dos
afrodescendentes. Como metodologia, será usada a exposição dialogada voltada
para o ambiente do ensino, da educação, por meio de atividades interativas com
os participantes.
Palavras-chave: Arte.
Identidade afro-brasileira. Educação.
MC-04: COMUNIDADES TRADICIONAIS E O CAMPO DA
PESQUISA
Prof. Me. Cláudio Rodrigues de Melo
(UESPI/SEDUC)
Profa. Dra. Iraneide Soares da Silva
(SANKOFA/UESPI- NEPA/UESPI)
A
História Social fez emergir uma infinidade de novos sujeitos que estavam adormecidos
dentro da historiografia tradicional. Nos propomos a refletir sobre esses sujeitos
na sua diversidade de gênero e, debater e refletir como tem se dado o processo
de inserção no campo da pesquisa das temáticas relacionadas às comunidades tradicionais,
notadamente populações indígenas e quilombolas. Por entender que o estudo
desses sujeitos nos provoca a uma busca de entendimento dos mesmos enquanto
partícipes da roda da história, salientamos a necessidade de observar com tem
sido estudados e quais possibilidades se apresentam para uma melhor compreensão
dos seus modos de ser, ritos e tradições que compõem o rico mosaico da cultura
e reverbera outros campo como o trabalho e a religiosidade. É necessário cada
vez mais um novo olhar sobre esses povos e seus processos de organização e luta
pela afirmação do reconhecimento dentro da alteridade que estrutura o ser
brasileiro.
Palavras-Chave:
Quilombolas. Indígenas Alteridade. Tradição.
MC-05: ESTUDOS DE MÍDIA E RAÇA – UMA PERSPECTIVA
HISTÓRICA CONTEMPORÂNEA
Prof. Dr. Gustavo de Andrade Durão (UESPI –
São Raimundo Nonato)
A
disciplina tem como objetivo promover debates acerca do papel da mídia na
transmissão e na tradução dos conteúdos relativos às questões raciais. Compreendendo
os avanços da imprensa e dos métodos de propaganda, pretende-se abordar como
essas áreas realizam determinada interpretação das relações raciais, ou mesmo
contribuíram para o desconhecimento dos conceitos de etnia e raça na sociedade
brasileira. Através da análise das produções de teóricos da comunicação, da
sociologia, da antropologia e da história serão apresentadores as referenciais
sobre o papel da mídia na divulgação das representações da opinião pública de
parte da nossa sociedade. Enfocando peças publicitárias e informes
jornalísticos nos quais as noções de raça e etnia são apresentadas ao público,
pelo método interdisciplinar, têm como objetivo problematizar e desconstruir as
interpretações vigentes dentro dos debates aqui apresentados.
Palavras-chave:
Mídia. Raça. Representação.
MC-06:
COSMOLOGIAS E TERRITÓRIOS: GÊNERO, RAÇA E EPISTEMOLOGIAS NAS RURALIDADES
Profa.
Dra. Maria Sueli Rodrigues de Sousa (Direito UNB)
Profa.
Mestranda Heloisi da Costa Mourão Soares (Sociologia UFPI)
Profa.
Mestranda Lara Melinne Matos Cardoso (Sociologia UFPI)
Prof.
Me. Renzyo Augusto Santos Costa (Sociologia UFPI)
A
ocupação e os significados dados às Ruralidades brasileiras estão marcadas pelo
processo de ocupação e destinação socioeconômica das terras e as relações entre
seus diversos atores. As configurações desses espaços perpassam pelas significações,
interações e conflitos entre interesses individuais e coletivos que tem origem
nas diferentes cosmologias que integram as dinâmicas socioambientais no país.
Embora a caracterização desses atores considerem categorias como latifúndio; agronegócio;
campesinato; agricultura familiar e afins,
tem emergido produções acadêmicas que propõem a reflexão acerca das participação do gênero, étnico-racial a luz
de cosmologias afro- ameríndias na analise do âmbito rural. Nesse debate tem se
destacado a teorização do território como representação de vida, relações
sociais e resistências no contexto de expansão de grandes projetos
desenvolvimentistas, como por exemplo, no Piauí ocorre com a ferrovia
Transnordestina, Mineração e etc. O Objetivo do minicurso é refletir como as
epistemologias de fronteira, correlacionadas as discussões de gênero e
negritude tem contribuído para redefinir as concepções acerca da formação
históricas e as dinâmicas relacionais no meio rural, destacando o conceito de
território como ferramenta e pedagogia de resistência a degradação
socioambiental. O referencial teórico é composto por pensadoras como Benjamim
(1987); Walsh (2013); Moura(1988); Rodrigues (2010); Gadotti (2001). A metodologia
a ser desenvolvida são de exposições dialogadas com suportes dede textos e
recursos áudio visuais, dividida em módulos temáticos de epistemologias, gênero–racial
e socioambientalismo. Almeja-se a instigação ao debate e produção acerca do
meio rural brasileiro a partir das cosmologias e epistemologias do sul global.
Palavras- Chaves:
Ruralidades. Epistemologias. Gênero. Raça.
MC-07: TRAJETOS URBANOS DA POPULAÇÃO POBRE EM
TERESINA-PI NAS FRONTEIRAS DO RISCO E DA CONQUISTA
Prof. Dr. Edmundo Ximenes Rodrigues Neto
O minicurso pretende refletir sobre
dinâmica urbana de Teresina-PI, sobretudo, as variáveis que colabaram para o
deslocamento intraurbano da população pobre nos últimos cinquenta anos, debatendo
o descompasso entre crescimento demográfico e política habitacional. Nesse
processo, o perfil da população, seu modo de vida, suas condições, necessidades
e demandas urbanas, suas formas de organização e os lugares vão se
transformando, condicionados por fatores econômicos e políticos diversos. Não
obstante compreender que o fenômeno e a sociedade urbana se (re)produzem numa
lógica permeada de relações, contradições, desigualdades, as quais, como diz
Lefebvre (2004), devem ser visibilizadas e examinadas numa dinâmica dialética,
a partir de diversos ângulos, não se pretende no minicurso a tarefa impossível
de esgotar tal dinâmica e conteúdo. Daí a seleção de obras e dados que tratam
sobre a cidade, seja para captar, mesmo de forma panorâmica, a inserção
regional do município, seja para entender sua dinâmica a partir de períodos e
sob enfoques disciplinares diferentes, mas que, reunidos num diálogo, talvez
permitam aproximar-se de como a questão urbana em Teresina foi e está sendo
tratada.
Palavras-chave:
Cidade.
Pobreza Urbana. Questão Social. Política Urbana.
MC-08:
HISTÓRIA E MÚSICA: O UNIVERSO RURAL NO CANCIONEIRO POPULAR BRASILEIRO
Prof.
Dr. Jonas Rodrigues de Moraes (UFMA – Codó-MA)
Prof.
Doutorando Alfredo Werney Lima Torres (IFPI –Teresina-PI)
Prof.
Me. Francisco Adelino de Sousa Frazão (IFPI –Teresina-PI)
O
curso procura analisar e discutir sobre a relação entre história e música
popular brasileira a partir de análise das canções. Toma-se como base para
essas reflexões o universo rural e como este se apresenta no cancioneiro
popular brasileiro. As ressonâncias do ruralismo emergem a partir do “Luar do
Sertão” do músico e poeta maranhense Catulo da Paixão Cearense (1863-1946), com
parceria de João Pernambuco (1883-1947). Pretende-se trilhar pela pluralidade
rítmico-melódica dos sons do sertão: aboio, baião, coco, embolada, frevo,
galope, maracatu, rojão, toada, xaxado, entre outros gêneros musicais. A
reverberação produzida pelo baião e outros ritmos trazidos no matolão de Luiz
Gonzaga (1912-1989) possibilitaram compreender o processo de deslocamento do
baião e sua materialização nas canções do sanfoneiro do Riacho da Brígida, de
Humberto Teixeira (1915-1979), Zé Dantas (1921-1962) e outros parceiros mostram
a reinvenção desse gênero. Assinala que algumas canções do repertório
gonzagueano foram construídas na fusão e hibridização do baião com outros
ritmos gravados em 78 RPM e LP como: “Gato angorá” (marcha-baião), 1950;
Estrada de Canindé (toada-baião); “Mariá” (coco-baião), 1951; “Vozes da seca”
(toada-baião), 1953; “Olha a pisada” (baião-xaxado), 1954; “Balaio de Veremundo”
(baião-xote), 1954; “Café” (baião-coco), 1955; “A Feira de Caruaru”
(baião-folclore), 1957; “Comício do mato” (baião-côco), 1957; entre outras
(DREYFUS, 1996, p.317-319). É importante salientar que a produção artística e
as elaborações estéticas da música de Luiz Gonzaga foram fundamentais para a
construção da Música Popular Brasileira (MPB). Além dos compositores e músicos
nordestinos tratarem em seu repertório estético o mundo rural, é importante
salientar também que os compositores de outras regiões do país trouxeram
temáticas do ruralismo para dentro de suas canções: Francisco Ribeiro e Tonico
“Chico Mineiro” (1946) interpretada pela dupla Tonico (1917-1994) e Tinoco
(1920-2012); Teddy Vieira e Luizinho “Menino da Porteira” (1973) com
interpretação de Sergio Reis; Mario Zan e Arlindo Pinto “Chalana” (1975)
interpretado pelos artistas Sergio Reis e Almir Sater; Milton Nascimento e
Chico Buarque de Hollanda na canção “O Cio da Terra” (1977); Renato Teixeira e
Almir Sater “Tocando em frente” (1992);. Esses sons do universo rural de Catulo
da Paixão Cearense, Luiz Gonzaga, João do Vale até a música caipira e sertaneja
colaboraram de maneira significativa para as identidades do Brasil, porque
essas produções musicais conquistaram parte da população brasileira e produziu
referenciais estéticos nos movimentos de cultura da música brasileira, a
exemplo da “Tropicália” e do “Manguebeat”. Enfim, esse minicurso será pautado
nas pesquisas de Canclini (2003), Frazão (2009), Moraes (2012), Torres (2014),
entre outras referências.
Palavras-chave: Música.
Representação. Ruralidades.
MC-09:
HISTÓRIA, TEATRO, IMPRENSA E CENSURA NO BRASIL
Prof.
Me. Ronyere Ferreira (Doutorando/UFPI)
Prof.
Me. Márcio Douglas de Carvalho e Silva (Doutorando/UFPA)
Esse
minicurso tem por objetivo apresentar as principais discussões historiográficas
sobre a censura ao teatro no Brasil, tomando como ponto de partida quatro contextos
específicos nos quais esse fenômeno pode ser analisado, quais sejam: a) a segunda
metade do século XIX; b) a Primeira República; c) o período ditatorial do Estado
Novo (1937-1945); e d) a ditadura militar. A censura ao teatro no Brasil
existiu, pelo menos, desde a primeira metade do século XIX até 1988, quando a
prática foi oficialmente abolida pela Constituição, vigente até os dias atuais.
No decorrer do minicurso, serão apresentadas as especificidades da censura
nesses contextos, como seus objetivos, seus pressupostos, seus mecanismos de
atuação e as formas de resistência à elas. Busca-se, ainda, analisar as
discussões e as representações sobre a censura na imprensa dos períodos, para
isso, além de exposição e diálogo sobre a bibliografia básica, serão analisadas
crônicas que tomaram a censura como objeto de reflexão da sociedade.
Palavras-chave: Teatro.
Imprensa. Censura.
MC-10: HISTÓRIA DA SAÚDE E DAS DOENÇAS: APORTES
TEÓRICOS E METODOLÓGICOS NA PESQUISA HISTÓRICA
Profa.
Dra. Joseanne Zingleara Soares Marinho (UESPI)
Profa.
Ma. Lívia Suelen Sousa Moraes Meneses (UFPI/EaD)
Profa. Mestranda Ana Karoline de Freitas Nery (UFPI)
Profa. Mestranda Ana Karoline de Freitas Nery (UFPI)
Considerando
que, a partir da década de 1970, novos objetos foram incorporados à História, têm-se
observado a ampliação da área de investigação envolvendo temáticas relativas ao
corpo, à morte, à sexualidade e à doença. Dentro destas novas temáticas que
elegem o corpo como objeto, o entendimento da saúde e das doenças resulta em
temas privilegiados para se compreender as sociedades em determinadas épocas no
“[...] campo da História, forjando novas agendas de pesquisa, revigorando
campos consolidados mas, contudo, reivindicando cada vez mais sua natureza
fundamentalmente multidisciplinar.” (HOCHMAN; TEIXEIRA; PIMENTA, p. 9, 2018). A
recente produção cientifica vem consolidando as temáticas entre a comunidade de
historiadores brasileiros, especialmente em conjunturas locais/regionais. Nesse
contexto, não se considera a saúde e as doenças intrinsecamente, mas na rede de
relações estabelecidas, envolvendo saberes e práticas, instituições, representações,
manifestações (LE GOFF,1991). Os conceitos de saúde e doença são, portanto,
históricos e os processos relativos ao adoecer e à cura são socialmente
vivenciados e construídos, relacionados com a ciência, a sociedade, a cultura,
a religião e o meio ambiente, enfim, envolvendo todo o âmbito das manifestações
socioculturais. Tendo em vista estas questões, o minicurso se propõe a discutir
a relação entre História, Saúde e Doenças, a partir das produções no campo das
ciências humanas e sua interface com a historiografia. Aborda-se, portanto,
questões relativas ao trato teórico-metodológico: incidência do tema na
historiografia e possibilidades de fontes e pesquisas, especialmente em
contexto piauiense.
MC-11: A CONSTRUÇÃO DO IDEÁRIO
PRESERVACIONISTA DO PATRIMÔNIO CULTURAL BRASILEIRO E PIAUIENSE
Profa.
Dra. Viviane Pedrazani (UESPI)
A
proposta do presente Minicurso tem como escopo levar a estudantes e profissionais
interessados na área de patrimônio cultural brasileiro e piauiense, o percurso
da construção de um ideário preservacionista no que tange tanto o processo de
institucionalização desse campo, como a formação de um corpus conceitual e
legislativo de salvaguarda dos bens culturais materiais e imateriais. No
Minicurso serão apresentados, no que cabe à esfera Federal, o contexto
histórico da formação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
e a criação do decreto-lei nº 25, de novembro de 1937, apresentando na
sequência as diversas fases da instituição e da legislação de proteção do
patrimônio cultural, passando pela Constituição Brasileira de 1988 e fechando
com a criação do decreto-lei nº 3550, de 2000, que regulamentou a proteção do
patrimônio cultural imaterial. Quanto a construção do ideário preservacionista
piauiense, esse será contextualizado com a construção do ideário de preservação
nacional, enfatizando as décadas de 1970/80/90.
Palavras-chave: Patrimônio
Cultural. Preservação. Brasil. Piauí.
MC-12:
A ABOMINÁVEL EXPERIÊNCIA QUE AQUI COMPARTILHAMOS... :
VIOLÊNCIA
E CRIMINALIDADE COMO CAMPOS DOS ESTUDOS HISTÓRICOS E SEUS USOS METODOLÓGICOS
ATRAVÉS DA IMPRENSA
Prof. Dr. Francisco Chagas O. Atanásio
(UESPI)
Prof. Me. Fábio Nadson Mascarenhas
(UESPI)
A proposta
em tela visa abordar as concepções teórico-metodológicas da violência e
criminalidade enquanto categorias intelectuais e objetos de estudo do
conhecimento histórico. Nos propomos a realizar uma análise dos marcos
reflexivos via os quais se constituem os temas e que, consequentemente, ajudaram
a elaborar suas propriedades epistemológicas no decorrer da historiografia
moderna, vide os estudos de LOMBROSO (criminologia) perpassando as análises contemporâneas
de ALVAREZ, PEDROZO, DE QUINCEY, BECKER, CARRARA, dentre outros estudiosos que trafegam
sobre tal itinerário. Para além das concepções teóricas atinentes à discussão,
também nos voltamos a pautar sobre os caminhos metodológicos, possíveis de serem
explorados, aliados ao conteúdo empírico, em especial a imprensa. Deste modo, analisaremos
as construções narrativas, em torno dos sujeitos, dos acontecimentos, dos elementos
intertextuais e ideológicos, nos quais são tecidas as tramas dos eventos em que
os aspectos basilares a presente proposta se territorializam.
Palavras-Chave:
Violência e Criminalidade, Teoria e Método, Imprensa e Fontes.
MC-13:
MUNDOS DO TRABALHO E FRONTEIRAS HISTORIOGRÁFICAS: O LUGAR DO TRABALHO RURAL
Prof. Dr. Felipe Ribeiro (UESPI)
Este minicurso pretende apresentar um breve
panorama historiográfico sobre mundos do trabalho no Brasil, enfatizando as
fronteiras e os dilemas mais prementes nesse campo de pesquisas,
particularmente no que tange aos estudos sobre trabalho rural. Desse modo, o
principal objetivo do minicurso será dimensionar o lugar do mundo rural na
historia social do trabalho, propondo articulações e diálogos para além das
fronteiras historiográficas assinaladas.
MC-
14: AS DOENÇAS NO MEIO NORTE DO BRASIL: CONSTRUINDO IDENTIDADES E ABRINDO
FRONTEIRAS (1850-1950)
Profa.
Dra. Antonia Valtéria Melo Alvarenga (UESPI/UEMA)
O
interesse da História pelas doenças como fenômeno sociocultural vem sendo ampliado
da segunda metade do século XX, aos dias atuais. Várias e diversas têm sido as
formas de abordagem desse objeto, em diálogos desenvolvidos por historiadores com
referências teórico-metodológicas de diferentes áreas de conhecimentos: saúde,
antropologia, sociologia, arquitetura e urbanismo, religião, políticas
públicas, entre outras, contribuindo para a formação de um campo de saber que
tem assumido formas cada vez menos convencionais. Crescentes são, portanto, os
trabalhos produzidos nos programas de graduação e pós–graduação do País sobre
essa temática, evidenciando que o campo se encontra em processo de constituição,
com objetos, abordagens, fontes, metodologias e relações ainda muito promissoras.
Nesse caminhar a História vem buscando compreender a doença como fato social,
inserindo-a no tempo e no espaço, como formas singulares e coletivas de
experiências humanas, através das quais é
possível entender representações, sentimentos e práticas
sociais, bem como as condições
e finalidades em que as mesmas passaram a se constituir como bem público de primeira
grandeza, integrando o rol de prioridades nas agendas governamentais. É nesse sentido que nos propomos a identificar
e discutir as doenças que integraram o Meio Norte do Brasil (Maranhão e Piauí),
no intervalo de tempo entre a segunda metade do Século XIX e primeira metade do
século XX. Através da literatura produzida por viajantes, relatórios de governos,
mensagens governamentais, crônicas, periódicos e outras formas de registros dos
fenômenos socioculturais, procurar compreender como as diferentes endemias e
epidemias que assolaram essa parte do país ajudaram a integrar espaços, construir
identidades e relações que foram historicamente se definindo ao longo desse
período.
MC-15:
CAPITALISMO DE ESTADO E PATRIMONIALISMO NO BRASIL
Prof.
Dr. João Batista Vale Junior (UESPI)
A
obra Os donos do poder: formação do
patronato político brasileiro, de Raymundo Faoro, foi lançada em 1958 – em
plena utopia nacional-desenvolvimentista brasileira - e logo se transformou em
um clássico de nosso pensamento social.
Portadora de persuasiva discussão sobra à influência do patrimonialismo
no processo de formação política do Brasil, até hoje constitui uma rica fonte
para a compreensão de certas características peculiares do funcionamento da
administração pública e da economia mista estatal-privada brasileiras,
especialmente no que diz respeito aos custos de um modelo de “capitalismo de
laços” (LAZZARINI, 2018), entendido como uma teia de relações entre interesses
públicos/interesses privados, capitaneados pelo Estado, que nos dias atuais
contribui ostensivamente para limitar, no interior da economia brasileira,
tanto o desenvolvimento da livre circulação do capital produtivo quanto o
desenvolvimento de uma estrutura social de classes absolutamente livre da
tutela de um estamento burocrático estatal de linhagem (FAORO, 2000). É fato
observável que uma onda de liberalização afetou de forma considerável a
realidade brasileira nas décadas de 1980 e 1990, principalmente após a
implementação do Plano Real e dos diversos programas de privatização, alterando
a maneira como os governos gerenciam as economias. Tais mudanças, entretanto,
não eliminaram a “tentação intervencionista e reestatizante” persistindo ainda
em nossa estrutura social e política, um modelo em muitos aspectos debitário de
uma herança colonial Ibérica. Tal fato contribui como uma espécie de círculo
vicioso, para reforçar o poder e controle político e social das referidas
castas estamentais aboletadas na pesada máquina estatal brasileira.
Palavras-chave: Estado. Estamentos. Economia. Desenvolvimento.Referências
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